Eu nem sei como que aconteceu O tempo pareou o seu olhar no meu Ela desperta insights e percepções Reforça quando liga e pune a minha solidão Mas sabe pontuar os meus desejos, quando beija a minha boca evoca reflexos intensos. Me envolvo no seu beijo motivado, se estou sendo reforçado fuga e esquiva eu não tento.
Se me perco no Aqui e Agora Um ato falho me faz te achar Complexos, Arquétipos, Conselhos Pulsões, Apegos, Contingências Gestos e Poesias na arte terapia de amar
Seus olhos me despertam Figura, Fundo, Catarse ou Sublimação? Meu mundo ela acessa Nem Resistências seguram a nossa sessão .
Interessante matéria sobre a Medicalização na Educação e o papel do Psicólogo na escola, que irei transmitir nos HTPCs das escolas: Nossa Senhora Aparecida e Prof. Roque Névio Fioravante, na cidade de Saltinho - SP.
Meu discurso de formatura.... escrito por mim e lido numa cerimônia belíssima e emocionante!
Discurso de Formatura
Após
este momento de descontração, quero primeiramente cumprimentar e agradecer a
presença de todos os pais, amigos, familiares e aos Mestres ilustres que
compõem a mesa. Cada um de vocês é um
ser especial que torna este momento tão significativo a nós, formandos.
Venho
ser porta-voz do coletivo desta turma de Psicologia, que ingressou nesta
Universidade no ano de 2007. Transformo-me em veículo dos sentimentos e
palavras nunca expressas, que procuro sintetizar neste inesquecível momento, falando em nome do nosso grupo.
Grupo que nem sempre
foi grupo.
Éramos jovens buscando uma formação profissional sem ainda saber o real significado
disto. E quando aqui chegamos, encontramos o caos, a rebelião, o momento de
intensa crise vivida por esta Universidade, que culminou na greve de
professores e que colocou em duvida os nossos planos e sonhos.
Tudo
parecia conspirar contra nós. Mesmo assim efetuamos a matrícula e decidimos
arriscar, como cegos que caminham às escuras. Fomos guiados apenas pela
intuição de que no final tudo daria certo e foi o que se sucedeu, graças aos
muitos professores que tiveram a coragem
depermanecerfirmes
em seu propósito de ensinar, mesmo estando submetidos àquelas condições tão
adversas.
Alguns
deles foram embora, deixando uma espécie de lacuna em nossas vidas, mas eles
também foram bem sucedidos em sua empreitada, nos deixando lembranças
inapagáveis e grandes ensinamentos.
Naqueles
dias, nossa sala era dividida ao meio em opiniões e comportamentos diversos. O entrosamento e a tomada de decisões se fazia praticamente
impossível, devido a tanta divergência. Nós, inexperientes que éramos, nos
assemelhávamos às pedras brutas que precisam ser constantemente lapidadas, para
que um dia possam se tornar diamantes, por meio da experiência e do longo
processo de aprendizagem e ininterrupto conhecimento desta maravilha que é a
Psicologia.
Mesmo assim, desde o início, nossa classe sabia reconhecer o valor de um professor.
A fim de melhor ilustrar essa questão, peço
que todas as senhoras e senhores desloquem o seu olhar para esta mesa.Acreditem: desejaríamos que todos os nossos
Mestres estivessem aí sentados, o que infelizmente não foi possível, porém,
os que aí estão representam a todos eles.
Saibam que eles são a imagem refletida do conhecimento, pois são incrivelmente
habilidosos na arte de ensinar.
Cada
professor que passa pela nossa vida é como um Amor que um dia sentimos e que
mobilizou em nós os mais diversos tipos de sentimento: raiva, alegria,
tristeza, paixão e contentamento. Todos eles deixaram uma parte de si em nós, através
da transmissão do conhecimento, previamente adquirido em sua trajetória, nem
sempre isenta de amarguras. Foram eles que nos facilitaram a interiorização
desse conhecimento que exteriorizaremos, transformando a realidade – através do exercício de nossa profissão em
forma de atuação ética.
Um dos nossos primeiros professores foi o
Edivaldo Bortolleto, que nos encantava com sua fala doce e lúcida e nos
convidou a descortinar junto com ele o mundo da filosofia e do conhecimento
científico - saber imprescindível e diretamente ligado á Psicologia, que também
é uma ciência.
Sr
Professor Edivaldo: Sua presença, além de nos honrar, muito nos alegra e nos
faz lembrar daqueles momentos tão bons, que eram as suas
aulas, que foram impecavelmente ministradas e que fez com que nos sentíssemos
acolhidos, naquele momento tão difícil
vivido por todos desta Universidade.
Ao
longo do tempo experimentamos uma maior sensação de segurança e tranquilidade, em vista do aquietamento dos rumores acerca do
conflito universitário. No entanto, a classe ainda caracterizava-se pelo
distanciamento de questões importantes
que deveriam ser pensadas no coletivo, revelando uma grande dificuldade de
resolução de conflitos.
Somente
no terceiro ano, quando as disciplinas abordavam conteúdos mais práticos, observou-se
um envolvimento maior dos alunos entre si, com os professores e uma clareza
maior sobre a formação. Porém, a sala ainda era dividida em vários grupos
fechados, que giravam em torno deles mesmos.
O
grande marco para o desenvolvimento de nossa sala foi a disciplina Processos Grupais, ministrada pela querida
Professora Peli, que nos possibilitou a vivência real das dificuldades que
vivíamos em classe, para que encontrássemos a ponta do fio que nos levaria a
olhar as relações humanas já como
psicólogos e não leigos - olhar que direcionou-se primeiramente a nós, enquanto indivíduo e depois ao grupo a que
pertencíamos e que tinha um único objetivo – a formação acadêmica em Psicologia.
Á partir disso, todos nós passamos a nos esforçar para ver o outro como um ser humano – amigo e não como um obstáculo
que poderia interferir no sucesso individual. Assim, somente após o quarto ano,
a sala passou a viver a consciência do nós, superando a alienação do Eu isolado.
A
arte de ser psicólogo requer um olhar acurado das diversas situações que compõe
uma problemática – seja ela individual, grupal ou social. Ser psicólogo é perscrutar o indivíduo e
percebê-lo em sua essência humana e isso também requer treino, que fomos
experenciando ao longo desses cinco anos e meio e que pudemos aplicar na
prática no momento mais importante do curso: Os estágios.
Essa experiência recente foi única, sublime, tanto no campo
profissional quanto pessoal e apesar da distancia física entre nós colegas, ( pois nem todos estavam juntos no
mesmo estágio), aqueles que pouco conversavam passaram a se relacionar,
trocando impressões, emoções, passaram a trabalhar juntos num contato mais
direto com os Supervisores, vivendo a grande oportunidade de escolher qual área
seguir, no interior do amplo leque oferecido pela Psicologia. O momento
presente é a confirmação do quanto somos
capazes de ser psicólogos, pois chegar até aqui não foi tarefa fácil.
Infelizmente,
para algumas pessoas de nossa sala, essa chegada foi quase impossível. Para que compreendam o que digo, vou citar
pequenos fragmentos de histórias de vida. Nossa amiga Érica Teotonio,
integrante da comissão de formatura, sofreu um acidente de carro, ocorrido lá
pelo quarto ano; tinha dificuldades para andar, teve de se submeter a várias
cirurgias no joelho, o que dificultou muito sua frequência ás
aulas, mas mesmo assim permaneceu firme na luta e embora tenha de continuar estudando
por mais algum tempo, está aqui para
celebrar este momento, junto a nós. Transcrevo aqui, o seu agradecimento:
“Só tenho que
agradecer sempre, mesmo sem saber vocês me ajudaram a deixar de pedir pra morrer
para começar a pedir pra respirar a VIDA! E como a Peli disse, ela vai me ver
de salto alto na formatura”.
Infelizmente as histórias tristes não
terminam aqui: Nossas colegas
Aldenise Henrique, Rafaella Russi e Carla Codo, tiveram a infelicidade de,
neste meio tempo, perder uma das figuras mais importantes de suas vidas: os
seus pais.
Certa vez eu li um livro, escrito por uma
grande mestra, que de forma involuntária foi vivenciando várias perdas, dia
após dia e que dizia mais ou menos assim: Quando
tudo parecer obscuro e sem solução, ainda é possível encontrar a beleza da
vida, no simples ato de observar a dança dos beija-flores no camarão amarelo.
Todos vocês amigos, que viveram uma grande dor no decorrer do curso, são lutadores e vencedores, pois puderam
driblar essas adversidades e tiveram a coragem de seguir em frente,
concluindo sua formação. Rafaella e Carla, seus pais se orgulhariam de
vocês; certamente desejam que sejam felizes e que aproveitem ao máximo todo o calor desses dois dias de
festividades.
Como podem ver, nós formandos
transitamos pelas mais diversas situações, boas e ruins; nos envolvemos com o curso de forma física, psíquica e emocional, tivemos
de realizar escolhas em detrimento de
outras, tivemos de nos sacrificar e também sacrificar as
pessoas de nosso convívio, que tiveram de suportar nossas angústias durante
todo este tempo. Por isso, todos vocês
aqui presentes, repito - todos vocês sem
exceção– porque se aqui estão é porque possuem laços firmes com seus
formandos – são vencedores, assim
como nós.
Aqui
encerro meu discurso, cumprimentando a
todos com louvor, pela vitória e pelo encerramento de mais esse ciclo em
nossas vidas.
Katia Cristina Pires
Leitura: 17 de agosto de 2012
Sessão Solene Formandos Psicologia 2007 - 2012
Neste link pode ser visto trabalho que apresentei na 10ª Mostra Acadêmica da Universidade Metodista de Piracicaba, junto com minha amiga Helena Detoni, referente ao maravilhoso estágio que realizamos em Psicologia Social, sob orientação da Professora Mariá Aparecida Pelissari. Um trabalho muito gratificante e desafiador: